sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bits, Bytes, Bodys and Blogs


Eu achava que entendia de Internet. Sempre coloquei no meu currículo, “pacote office e Internet”. Afinal, com o google aí, sempre disponível a um click, você não precisa ser um gênio para “navegar na rede” - quando começou essa onda de navegar na rede, achava que “navegar” ,“rede” e “Internet” não combinavam muito, afinal você navega no mar. Seria a Internet um mar de informações? Se assim fosse, estaria resolvido. Será que nosso amigo Fernando Pessoa, continuaria afirmando que “navegar é preciso, viver não é preciso”[1] se soubesse que atualmente utilizamos a Internet como meio de navegação mais popular?
Ouso dizer que sim, pois se Pessoa achava muito importante criar, a internet faz isso o tempo todo, ainda que não seja assim, tão fácil.

Descobri que não sei nada de Internet desde que comecei com essa história de blog. Tenho uma amiga, a Juliana, que tem me ajudado bastante a aprimorá-lo. Eu estava falando com ela pelo msn e mandei o link do blog, pedindo a opinião dela. Ela ficou surpresa com a notícia. Já vinha ensaiando o lançamento do cafofo há alguns anos, mas sempre tive muito receio das pessoas não gostarem e também muita preguiça, porque sabia que passaria por esses contratempos tecnológicos.

- Você já instalou um contador? A Jú perguntou
- Hã?
- É contador, um “programinha” que mostra quantas pessoas estão entrando no seu blog, de onde elas são, como chegaram até ele, etc.
- Nossa, nem sabia que existia isso! Vou procurar, tem no google?
- Tem sim.
- Por falar em google, você já “anunciou” seu blog no google?
- Xi Ju, eu sou “virgem” de blog, não tenho nem noção
- Calma aí que eu te mando.

Cinco minutos depois ela me mandou os links de como fazia para instalar o contador, como fazia para “anunciar” no google, yahoo, tudo explicado passo a passo.

- Você precisa entender um pouco de html. Você conhece? Eu ria sozinha. Caramba, eu não era virgem, era mesmo uma freira! Nunca tinha ouvido a palavra “html” antes na vida. Parecia mais símbolo da tabela periódica. Tem a prata, (argentum – ag), o chumbo (plumbum – pb) e também o html.
- Não conheço, mas vou fuçar.

Fiquei lá, tentando instalar o maldito contador até a meia noite. Eu tinha conseguido copiar as informações no site do contador e agora precisava colar no lugar certo desse html. As instruções diziam que eu tinha que colar num tal de body. Eu encontrei o body colei e não pareceu tão difícil assim.

No dia seguinte falei com a minha amiga. Disse que tinha instalado, mas não estava aparecendo nada de diferente no blog.
- Você não colocou no body.certo.
- Como assim, tem mais de um?
- Tem, dá uma olhada.
- E agora, eu preciso excluir primeiro o que colei no body.errado?
- Mudou alguma coisa? Ela falou?
- Não.
- Ah, então deixa lá. Se você apagar algo errado é pior.
- ok vou procurar o outro body.
- Jú, não achei.
- Posso te mandar por e-mail, e você me mostra onde é?
- Pode

Mandei por e-mail para ela todo o meu html. Aquilo era pior que braile: um monte de código, com parênteses, colchetes e outros símbolos misturados com palavras escritas em inglês. Resumindo, uma zona.

- Olha Jú, mesmo com o e-mail eu não sei colar isso. Não sabia se colava dentro do body, ou fora dele.
- Quer me dar sua senha eu colo e depois você troca?
- “Mi casa, su casa”
Dei a ela as chaves de minha humilde residência: o login e senha do cafofo. Ela limpou os pés ao entrar e arrumou a bagunça feita por mim.
- Prontinho, instalei, dá uma olhada.

O negócio é legal! Você sabe mesmo um monte de coisas. Soube, por exemplo, que tinha tido 8 acessos naquele dia. Que todos eram do Brasil e que nenhum foi por outra fonte da Internet. Também pudera, não sou boa nesse negócio de marketing.

- Jú, obrigada, você é um amor.

Desliguei o computador e fui deitar. Já eram mais de 11 horas da noite. Na cama, fiquei pensando que coisa doida era esse nosso tempo. Eu conheci a Juliana pela Internet, nunca a tinha visto pessoalmente. Quando a conheci, ela morava no Canadá com o marido, que é canadense. Depois voltou ao Brasil e virou empresária no Paraná. Ela sabe coisas de mim que não conto para mais ninguém e confio nela a ponto de dar a ela as chaves do meu cafofo, sem ao menos termos tomado uma cervejinha juntas.

Ela tem a minha idade, o meu signo e um bom humor incomparável. Já nos conhecemos há pelo menos uns 3 anos. A era digital é realmente fantástica. A Jú também.
[1] A frase acima não é de Fernando Pessoa, mas sim de antigos navegadores. Ele, no entanto, a imortalizou ao escrevê-la em seu poema.
Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Um comentário:

  1. Ai que liindo!Me sinto muito honrada por ter a sua amizade. E saiba que ela é muito importante pra mim. Mesmo q conversamos apenas 1 vez a cada mês, nao ha cobrancas. O que existe é um sentimento mútuo de amizade. Obrigada sempre!

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails