sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

“Se você não fosse o que é, gostaria de ser o quê?”


Essa frase não é minha, confesso que a surrupiei do Mario Prata. Parece que o nome dele não tem acento. O do Verissimo também não. Não sei dizer o porquê, mas que não tem, não tem. Deve ser coisa de intelectual, predestinação divina para diferenciá-los dos reles mortais.

Fato é que ele (o Mario) é meu cronista preferido e adoro os textos dele. A gente conversa (se bem que ele nem sabe disso). Ele fala umas bobagens inteligentes do lado de lá, eu rio do lado de cá e assim a gente se entende.

Gosto do estilo dele, ele é divertido, mas escreve umas coisas que depois que eu leio, elas ficam martelando na minha cabeça. Sabe aquela cutucadinha que um amigo te dá meio que de brincadeira, mas você não sabe se de fato foi só brincadeira ou se ele está falando a verdade (e geralmente está) de uma forma sutil?

Pois é, a maioria das crônicas dele faz isso comigo. Coisa de gênio, pô! Me faz refletir de forma totalmente diferente do que se lesse um livro desses cheios de teorias chatas (e cretinas) sobre o mundo. No caso dele, não, é espontâneo e divertido.

Mas e daí? Você já deve estar se perguntando a essa altura do texto. Bom, e daí que essa pergunta aí de cima, me deixa de cabelo em pé, porque eu não sei exatamente o que seria se não fosse o que eu sou.

Veja, não se trata só da sua profissão como disse o nosso amigo envelhescente (adoro essa palavra) Mario Prata, trata-se de você como um todo. Talvez eu desejasse ser um homem, mas logo penso nos pêlos, nas bolas (deve ser horrível ter bolas) no meio das pernas (urgh!) e desisto da ideia. Prefiro ficar com orgasmos múltiplos a mijar em pé.

Eu fico um pouco assustada porque me acho tão sem criatividade, tão bobona! Ok, eu sei que já quis ser o filho do Mick Jagger, mas isso não vale né? Por que assim é muito fácil.

Vai ver que eu gosto mesmo de ser quem eu sou (pretensão ou ilusão?), que não quero mudar nadinha de mim.

Se fosse ter uma outra profissão que não a de advogada, queria ser escritora. Não, não, nem vem querer dizer que isso que eu faço é ser escritora porque não é não. Isso é só um bando de idéias que escrevo para matar o tédio e me divertir um pouco, mas não é profissão. Queria escrever bem, de um jeito que fizesse as pessoas vibrarem, se emocionarem, tipo ... ah sei lá, tipo o Machado de Assis!

Bem, eu sei, só nascendo de novo, diriam os mais maldosos, mas pelo menos não quero ser a Gisele Bundchen. Aliás, eu tenho uma dúvida, Por que será que essas pessoas que já ficaram multimilionárias com o trabalho, não param de trabalhar e vão viver as suas vidas?

Será que o glamour faz falta? Isso é uma coisa que a gente não pode responder, com certeza só imaginar, porque a gente não tem glamour, certo?

Eu estou aqui enrolando porque não sei como terminar o texto, simplesmente por não saber quem eu queria ser. Sei que gostaria de continuar sendo mulher, talvez um pouco mais inteligente? Talvez um pouco menos desbocada? Palavras como “mijar”, “foder” estariam totalmente fora do meu vocabulário, com a total aquiescência do namorado e dos meus pais.

Mas talvez isso seja muito chato, bom mesmo é enfiar o pé na jaca e soltar um “vai se foder” de vez em quando, alivia o stress (e muito!). Desisto. Sou tão besta que nem imaginar o que eu queria ser, eu consigo. Talvez por isso eu não seja uma boa escritora, para ser uma boa escritora (não confundir com escritora boa, por favor) eu precisaria de imaginação, e isso está em falta aqui.

Obs: a crônica que consta a frase chama-se “azulejando a vida” e está disponível no site: www.marioprataonline.com.br
UPDATE: Mandei a crônica para o Mario Prata e ele fez dois comentários: (i) disse que gostou do texto, e (ii) disse que está me esperando em Floripa :)

3 comentários:

  1. Bem, eu nem sei o que eu sou. Mesmo. Mas, confusão à parte, gostaria de ser podre de rica, daí eu poderia apenas me dedicar às coisas que eu gosto, sim, pois ou eu trabalho em algo bem chato ou não ganho tostão furado. Fica para a próxima reencarnação. Bjoka!

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  2. Eu continuo querendo ser filho do Silvio Berlusconi!!! rsrsrsrs...

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  3. fala sério!!! vc tb é advogada???? olha, juroq ue não é perseguição, mas to eu aqui comentando de novo... é inevitável...rs meu sonho de ser escritora vai se concretizando a passos lentos... consegui publicar um livro já e terminei o segundo... estou começando o terceiro... não sei se chego perto de Machado de Assis, mas pelo menos to escrevendo...rs

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