Esse livro caiu em minhas mãos como que por destino. Fiquei curiosa em saber se seria muito diferente ler um livro de um escritor português. Não me refiro aqui ao idioma, mas sim, sobre a perspectiva, as opiniões e as ideias. Queria saber se me identificaria como me identifico a um escritor brasileiro, por exemplo.
Até então, pouco sabia sobre José Saramago, por isso ter classificado a leitura desse livro como destino. Li a primeira página assim que o recebi (foi um presente) e achei curioso. Li então, as orelhas do livro e a contra-capa. Foi paixão à primeira vista. Deixei o livro que estava lendo de canto e me (des)envolvi na leitura dele. Não poderia ter feito algo melhor.
A história, hoje não é mais novidade. Um homem fica cego dirigindo um carro e, a partir de então, todos os habitantes daquele país (imaginário?) ficam cegos. Mas trata-se de uma cegueira branca, leitosa, que torna o mundo de quem vê um pouco turvo. Diferente do cego tradicional que vê tudo negro, escuro. O autor ressalta a cegueira em diversas partes do livro. Tal cegueira também é visível no filme.
Um parênteses: o filme dirigido pelo Meirelles foi ótimo. Saramago até se emocionou quando terminou de assistir. Foi muito fiel. Só não tem todos os pormenores do livro porque isso é presente de quem gosta de sentir a história linha por linha e, no caso do Saramago, com poucos parágrafos.
Passei dias me recuperando do soco no queixo que tomei ao terminar o livro. Fui à nocaute, sem direito a (re)contagem. Chorei. Fiquei meio deprê. A depressão veio por saber que, se algo parecido acontecesse de fato, realmente nos tornaríamos aqueles bichos que o autor fez questão de esfregar em nossas caras. Demorou para cair a ficha da segunda mensagem por trás da história.
Todo mundo sempre comenta a cegueira que o autor descreve não tem origem justificada e que, da mesma forma que vem, vai. De fato, o autor aparentemente não menciona isso. Mas foi discutindo o livro com um amigo mais velho, que ele me abriu os olhos e me disse: “a cegueira do livro é a nossa cegueira quotidiana em aceitarmos certas coisas como verdades.”
Quando ele disse isso fiquei arrepiada. Fazia todo o sentido. Fiquei petrificada. “Caramba! Será?” respondi. Ele balançou a cabeça afirmativamente e disse que tinha certeza, tudo fazia sentido na cabeça dele. Foi então que ele me aconselhou a ler a continuação, “Ensaio sobre a Lucidez”.
: : TRECHO : :
Até então, pouco sabia sobre José Saramago, por isso ter classificado a leitura desse livro como destino. Li a primeira página assim que o recebi (foi um presente) e achei curioso. Li então, as orelhas do livro e a contra-capa. Foi paixão à primeira vista. Deixei o livro que estava lendo de canto e me (des)envolvi na leitura dele. Não poderia ter feito algo melhor.
A história, hoje não é mais novidade. Um homem fica cego dirigindo um carro e, a partir de então, todos os habitantes daquele país (imaginário?) ficam cegos. Mas trata-se de uma cegueira branca, leitosa, que torna o mundo de quem vê um pouco turvo. Diferente do cego tradicional que vê tudo negro, escuro. O autor ressalta a cegueira em diversas partes do livro. Tal cegueira também é visível no filme.
Um parênteses: o filme dirigido pelo Meirelles foi ótimo. Saramago até se emocionou quando terminou de assistir. Foi muito fiel. Só não tem todos os pormenores do livro porque isso é presente de quem gosta de sentir a história linha por linha e, no caso do Saramago, com poucos parágrafos.
Passei dias me recuperando do soco no queixo que tomei ao terminar o livro. Fui à nocaute, sem direito a (re)contagem. Chorei. Fiquei meio deprê. A depressão veio por saber que, se algo parecido acontecesse de fato, realmente nos tornaríamos aqueles bichos que o autor fez questão de esfregar em nossas caras. Demorou para cair a ficha da segunda mensagem por trás da história.
Todo mundo sempre comenta a cegueira que o autor descreve não tem origem justificada e que, da mesma forma que vem, vai. De fato, o autor aparentemente não menciona isso. Mas foi discutindo o livro com um amigo mais velho, que ele me abriu os olhos e me disse: “a cegueira do livro é a nossa cegueira quotidiana em aceitarmos certas coisas como verdades.”
Quando ele disse isso fiquei arrepiada. Fazia todo o sentido. Fiquei petrificada. “Caramba! Será?” respondi. Ele balançou a cabeça afirmativamente e disse que tinha certeza, tudo fazia sentido na cabeça dele. Foi então que ele me aconselhou a ler a continuação, “Ensaio sobre a Lucidez”.
: : TRECHO : :
“O medo cega, disse a rapariga de óculos escuros, São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos” (pag. 131)
: : FICHA TÉCNICA : :
Ensaio sobre a Cegueira
SARAMAGO, José
Companhia das Letras,
2003
310 páginas
eu vi o filme e fiquei com essa mesma sensação de mal-estar ao sair do cinema. não sabia bem se tinha gostado, foi como comer uma carne pesada e levar dias para digerí-la. mas enfim, gostei. só não sei se assistiria de novo. forte demais, marcante demais, lembro até o dia: 13/10/08.
ResponderExcluirquanto ao livro, é uma pena, mas não simpatizo nem um pouco com o Saramago. ao invés de prestar atenção na estória, fico pensando sobre o motivo q leva alguém a escrever assim e não absorvo nada.
Dica anotada!
ResponderExcluir=)
excelente livro, já o filme deixou muito a desejar!
ResponderExcluirbeijos
Já tava com vontade de ver o filme, agora mais ainda..
ResponderExcluirDo livro, realmente n to com tempo, tenho uma fila enorme
hahaa
Bjoss!
Oiê....fico mais tranquila em saber que eu não sou a única que se quer ver trancada em uma livraria!
ResponderExcluirVc quer uma?! Hum...parece uma plano muito interessante, tenho certeza que daria super certo com vc!
Sobre os posts:
1. Gosto das suas análises bibliográficas!
2. Se precisar preencher o 5% do eleitorado...rs, conte com a minha assinatura!
Preciso mudar de dominío porque o wordpress me irrita...rs Agora é www.escritoteca.blogspot.com
Beijo!
Dá uma lida: http://johnnynababilonia.blogspot.com/2008/10/filmes-ensaio-sobre-cegueira.html
ResponderExcluirBeijos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiru li o livro no ano passado antes do lançamento do famigerado filme do Meirelles...
ResponderExcluirSaramago é um bom homem narrando as mazelas do mundo...rs
Indiquei o livro para dois amigos na semana passada.
: P Beijos
Este é, sem dúvida alguma, o livro que mais me marcou até hoje. É uma obra bastante inquietante que nos deixa completamente "agarrados" e a forma como Saramago escreve é de uma genialidade surpreendente. A ausência de virgulas também me chamou a atenção, as poucas que existem servem apenas para suavizar a história relativamente aos horrores do enredo. É fenomenal, vou voltar a lê-lo!
ResponderExcluirEu próprio postei acerca do livro ( http://metamorfosesvividas.blogspot.com/2008/12/ensaio-sobre-cegueira-jos-saramago.html )
Bjs
Esqueci-me de dizer ....
ResponderExcluirVi recentemente o filme mas sinceramente fiquei um bocado desiludido, se calhar devido às elevadas espectativas que eu tinha. Encarei o filme como um resumo aligeirado do livro ... não sei se estarei a ser justo com o realizador meirelles mas foi o que achei.
Eu queria saber na sua opniao porque que a mulher foi a unica pessoa que nao fico cega???
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