segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Papo de Mulher



O dia oficial do happy hour feminino é quinta-feira. Um dia perfeito: perto do final da semana, mas não na sexta-feira, dia que o namorado acampa no meu “cafofo” e passa o fim de semana lá. Isso serve para as outras meninas comprometidas ou para as solteiras que ficam livres para saírem na sexta-feira com as demais amigas solteiras.

Costumamos ir a algum bar. Mas também saímos para jantar. Depende da ocasião. Como são (quase) todas comprometidas, não vamos a bares da moda. Nesses lugares, você se sente em uma caçada onde as presas são as mulheres, que geralmente aparecem com roupas provocantes e fazem caras e bocas e os homens, sentados em lugares estratégicos onde seja possível admirá-las, ficam bebendo, fumando e escolhendo qual presa ele vai atacar.

Nunca gostei disso, mesmo quando estava solteira. Saia para a balada para dançar. E ia a bares para conversar e beber. Nunca gostei muito desse “jogo de sedução”. Principalmente pelo fato de que todos esses caras (ou, pelo menos 99,9%) sempre têm um discurso pronto completely boring. “Nossa, estava te olhando de longe e te achei bonita, mas de perto você é melhor ainda”. Como você pode notar, uma abordagem muito criativa e inteligente. São os “homens-descartáveis” ou os “homens-camarão”. O corpo até é gostosinho, mas a cabeça, pode ser jogada fora. Podem ser bonitinhos e levantarem a sua moral naquela noite, mas, realmente só naquela noite.

Esses encontros com as meninas, são realmente necessários em minha vida. Sempre saio com a alma muito mais leve depois de encontrar minhas amigas tão queridas.

Falamos muita besteira. Noventa por cento do tempo só sai abobrinha. Por isso mesmo é tão divertido. Contamos nossas experiências mais bizarras do trabalho: tenho uma amiga que dá muito azar e só contrata estagiária burra. Uma delas era tão burra que disse que não sabia como testar um carimbo. Ela contava que, aos berros disse para a estagiária que era só carimbar! Assim ó (pegava o carimbo e o papel e batia umas três vezes para demonstrar como funcionaria a operação). Rimos. Outra contou que o chefe estava numa apresentação e, ao espirrar, peidou na frente de todo mundo.

São, geralmente, experiências escatológicas e engraçadas e nos divertimos a valer. Os papos mais interessantes, no entanto, sempre estão relacionados a sexo, claro. Sempre aprendo com elas, algo novo na arte de amar.

Uma das minhas amigas vira e fala: meninas, vocês não sabem! Pronto, lá vem a bomba. Que foi dessa vez, falamos em coro, já imaginando o que vinha por aí.

Eu fiz troca de casal! Todas se olham. As comprometidas dão risada. As solteiras também. E a protagonista passa a contar como foi.

Ela e mais duas amigas, conheceram três caras numa festa. Os caras eram modelos-aspirantes-a-atores, desses que estão na moda atualmente.

Ela queria um, mas uma das amigas acabou ficando com ele. Foram para o apartamento de um deles e, depois de darem uma “garibada” resolveram trocar de parceiro. Enquanto contava essas barbaridades, fazíamos piadinhas no meio e morríamos de rir. O pior, no entanto, ainda estava por vir. Essa minha amiga explicou que o lugar só tinha um quarto. Como eram três casais, uma delas ficou com a cama, a outra com o banheiro e a última ficou com a sala.

A certa altura da noite, o moço que estava na cama, gritou para o amigo que estava na sala: o fulano, e aí, vamos trocar? Vamos sim! E eles trocaram. Minha amiga ficou com o cara que ela queria desde o começo e a outra amiga ficou com o outro.

Depois da história do clube do swing (que uma outra amiga me contou), essa foi a história mais surreal que tinha ouvido (pelo menos até então). Amiga isso é coisa de filme pornô! Mais risadas. Ah gente, foi divertido! Não estava planejado. Amiga, acorda, os caras já tinham pensado nisso, com certeza. É, pode ser, ela encolheu os ombros, mas tudo bem, por que o segundo transava melhor que o primeiro. Rimos.

Óbvio que isso é ultra mega secreto. Não conto nem sob tortura que amiga fez isso. Não sei se teria coragem de fazer algo parecido, acho mesmo que não. Mas também não julgo quem faça. Cada um sabe de si.

Continuamos nossa conversa. A amiga que tem a estagiária burra vai demiti-la na próxima semana. Ela não sabe anotar recado e tem um péssimo português. Nem protocolo ela fazia certo, porque protocolou petição na Fazenda Pública, quando o certo era no João Mendes. Todas concordaram que era o melhor a fazer. A votação foi unânime. O acórdão será publicado em breve.

Ementa: "Estagiária Sem Noção. Justificativa para Demissão.
Estagiários que não sabem testar carimbos e protocolam petições em locais diversos do solicitado podem ser demitidos. Lidos, discutidos os autos. Votam as desembargadoras pela demissão sumária.” (V.U.)

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