segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Google já me corrigiu.

Pois é, isso é realmente verdade. Acho que isso deve ser encarado de uma forma positiva, como se fosse, decerto, uma crítica construtiva feita por uma pessoa qualquer. Mas preciso dizer que tal fato está aqui, engasgado em minha garganta e agora eu preciso desabafar.

Toda a minha vida, sempre fui corrigida. A primeira pessoa responsável pelas primeiras correções foi mamãe. Era ela quem dizia: “não põe o dedo aí, que dá choque”, “cuidado, você vai se machucar”, “senta direito, você é uma mocinha” “não é célebro, é cérebro“não, você não vai nesse concerto do rock”, “não é fruta-cor, é furta-cor”.

Toda vez que isso acontecia me sentia imediatamente mal, mas depois percebia o óbvio: (i) ela tinha toda razão e (ii) ela só fazia e falava isso para o meu bem. Com isso, aprendi a superar o orgulho ferido, as vontades desfeitas e a conviver com as frustrações da vida.

Mais tarde, na escola, foi a vez dos professores passarem a me corrigir. Tudo começou com simples 2 + 2 = 4 passando pela revolução francesa, até chegar nos logarítimos, matrizes e equações do segundo grau.

Hoje em dia, no trabalho ou em casa, já na vida adulta, passei a ser corrigida por todo tipo de seres: humanos e inanimados. Sou corrigida pelos chefes, pelos colegas de trabalho, pelo Word (basta prestar atenção às palavras grifadas em vermelho ou em verde, onde contêm erros), e agora também pelo google.

O google, para mim, deveria ser ensinado na faculdade. Há quem diga por aí que o google já está fazendo as vezes de Deus. Comunidades no orkut revelam crentes que comungam da opinião de que “o google é meu pastor, e nada me faltará”. De fato, bastar estar conectado à Internet e tudo será por ele revelado. Não esconde nada. Deixa tudo sempre a mão.

Mas veja bem, tudo isso tem um preço. Ele será implacável, assim como o era sua mãe, seus professores ou são hoje seu chefe ou seus colegas de trabalho. Se você errar ele apontará, sem dó nem piedade o seu erro, e ainda pisoteará sobre a sua ignorância e a deixará estampada para você ver, e concluir, é verdadeira.

Isso aconteceu comigo, hoje de manhã, ao escrever “nietzche” no google. Ele me corrigiu e disse: você quis dizer “Nietzsche”? E trouxe uma lista gigantesca de assuntos relacionados ao bigodudo.

Bem, sei que não foi por mal, que ele, assim, como minha mãe só quis me ajudar. Tudo bem, a humildade é a maior virtude do ser humano. Vou aceitar e continuar vivendo. Foi sendo humilde que aprendi que o correto é furta-cor, cérebro e que Nietzsche tem também um “esse”.

7 comentários:

  1. Hahaha
    sempre achei o google meio metido a besta
    ;P

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  2. rs ..gostei do seu blog ,passei aqui pra uma "visitinha " bom feriado pra vc

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  3. Na verdade, minha confiança na sabedoria do google já é tanta que eu digito palavras que estou em dúvida nele, ao invés de buscar um dicionário.

    Ele está vendo tudo, inclusive isso que você postou. Nada nem ninguém é mais onipresente do que o Google.

    =)

    Beijos!

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  4. hauhauahuahauhauhauhauhuahua
    muito engraçado...!

    olha, tinha gente na minha turma de faculdade que, no primeiro ano e primeiro trabalho, colocou o Google como fonte bibliográfica...!...rs

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  5. Ahh, ele já me corrigiu inúmeras vezes!!

    Beijo

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  6. Adorei o blog!!
    Já sou seguidora... hihihihih

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