segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Velha, Eu?




Sábado à tarde toca o meu telefone. É uma amiga perguntando se eu vou ao seu aniversário. Digo que vou sim, claro. Como deixaria de ir?

Olho para o namorado que está logo a frente e já fica curioso para saber onde iremos. Digo que é o aniversário de uma amiga e que vai ser comemorado numa dessas boates da moda. Ele finge contentamento e diz que iremos, sim claro, sem problemas.

Enquanto penso em que roupa usar, percebo que não saio para dançar já faz um tempão e que a última balada foi com a amiga num desses inferninhos que tocam rock, servem cerveja gelada e que não tem gente fresca.

Faço um esforço sobre humano para tentar me animar e deixar a preguiça de lado. Desencanar da estréia do telecine, a pizza sagrada de sábado à noite ou até mesmo as lutas do sportv que meu namorado insiste em assistir quando já estou pegando no sono.

Separo um vestido bacana. Me maquio e boto um salto. Lá vamos nós para a balada. No caminho, uma cena antes tão familiar já me aborrece. Trânsito às vinte três horas de um sábado. Estacionamentos lotados. E a noite está só começando.

Quando chego no local a fila está dobrando o quarteirão. Tinha me esquecido dessas filas para entrar na balada. Oh vida! Ok, ajoelhou, agora reza. Vejo os Vips furando fila e cumprimentando os seguranças, enquanto olham para nós, pobres mortais gastando quarenta minutos do nosso tempo, pensando quanto ainda vai demorar para molharmos a garganta. Lembro que eu também já furei muita fila e agora estou pagando pelos meus pecados.

Finalmente entramos na balada. Tinham me dito que tinha um pessoal mais velho, o que gostei bastante. O que acabou sendo divertido. Um monte de tiozinho chacoalhando o esqueleto como se não houvesse amanhã. Imaginei-os como supervisores, gerentes e diretores de empresas, dando broncas em seus funcionários e fazendo cara de sério em reunião. Mas que naquele momento só queriam cantar o hit com a galera. “Pa panamericano!”

Lembrei que foi tema do filme “O Talentoso Ripley” e que agora foi remixada.To velha, pensei e dei risada. Mais velha do que o povo da boate. Namorado pergunta o que eu tenho. Digo que vou ao toalete. Nesse meio tempo, esbarro num grupo de mulheres de saias mais curtas que meu saldo bancário. Bem mais curtas. O lugar estava enchendo, eu morrendo de calor e já tinha fila para usar o banheiro.

Brochei.

Vamos embora? Perguntei ao namorado. Ele concordou imediatamente.

Depois de uma hora de balada eu e namorado abandonamos o local. Ainda havia uma fila generosa com rostos ansiosos e curiosos nos olhando e se perguntando por que estávamos indo embora.

Chego em casa, tiro o sapato e a maquiagem. Ponho um pijama. Namorado fica feliz porque vai dar tempo de ver uma luta importante no Sportv.

Boa noite, amor.

Nunca pensei que seria feliz por estar na minha cama num sábado à noite. Velha, eu? Imagina. Eu estou é feliz.

8 comentários:

  1. Ahhh Ana... eu tenho preguiça só em PENSAR em sair para uma balada (e eu fui super boemia...) porém, se alguém me arrastar, sou daquelas que tomam todas as saideiras, escutam a última música e saem do lugar de sandália na mão. O duro é me arrastar...
    Bjks
    Alê

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  2. Hahaha, pior sou eu, que ainda tenho 18 anos, nem tenho namorado, e não sou de reclamar de ficar em casa num sábado a noite, hahaha.
    Beijos!

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkk comédia!!!
    Ain estou com esses sintomas, e o namorado meu tbm aproveita meus cochilos num sabado a noite (pós pizza ou não!) pra assistir essas lutas... Será cedo pra diagnosticar velhice?! aushauhsua
    Saudades daqui!!

    :D

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  4. Nossa Ana,me vi na cena... que situação hein? rsrsrsr Melhor ainda quando a gente percebe que a balada mais feliz é ali mesmo, baladinha com o amor e tal...
    Como que a gente era feliz antes,cumprindo sempre este ritual,hein?
    Outros tempos,outros momentos...
    bjo

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  5. Bom dia Ana.......te indiquei ao prêmio Dardos,vá na minha página...espero que goste de selinhos rsrsr....um bom dia para vc..beijokas

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  6. Ana,
    Adorei seu post, principalmente, o final!! Muitas vezes me pergunto se o desânimo para as noitadas aqui no Rio é porque estou ficando velha. Hahaha. Tenho uma amiga que ainda vai muito à Lapa, mas eu já fui tanto que não tenho mais paciência. É sempre a mesma coisa: fila, gente te esbarrando, gente mal educada, às vezes, mau atendimento. Prefiro coisas mais culturais.
    Um beijo pra você

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  7. Super me identifiquei! Nunca fui de baladas...e tenho mesmo um espírito de velha em mim, mesmo tendo 23 anos...rsrs

    Gostei daqui. Estou seguindo! ;)

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  8. Sou como a La, me dá uma puta preguissa só de pensar em sair pruma balada, me chamaram pra uma na quarta e to cansada desde já, mas é igual aniversário da amiga, é melhor ir...
    não estamos ficando velhas,
    só mais seletivas,
    se fosse o barzinho rock and roll, acho q eu ainda ia...

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