sábado, 10 de janeiro de 2009

Papai Noel



Acho uma cretinice essa história de Papai Noel. Explico. Como podemos instigar o consumismo nos pimpolhos tão cedo e pior, jogar a culpa num velhinho fictício? Aliás, você já tentou descobrir a origem do bom velhinho? Eu já. Tudo isso porque muitas vezes é penoso para nós, assalariados, cumprirmos as 8 horas de trabalho diário, mesmo sem ter coisa nenhuma para fazer, ainda que isso dure apenas alguns dias por ano.

Vamos ao Papai Noel: Diz a lenda que tudo começou com um senhor chamado São Nicolau que morava na Alemanha e realmente era um bom velhinho, pois ajudava os necessitados. Parece que após algum tempo o dito virou Santo, pois a ele foram vinculados alguns milagres. Da história inicial pouco se manteve e na Escandinávia (isso explica o trenó e os pinheiros) criaram o folclore de um homem de barbas e com roupas vermelhas e marrons que entregava presentes às criancinhas. O crédito de ter se tornado uma tradição mundial, parece ser da Coca Cola, enfim... essa é a origem do Papai Noel. Dúvida? Joga no google.

Tentei então me lembrar da história da minha infância e sua vinculação às lendas infantis. Minha mãe nos dizia que tínhamos que ficar acordados, pois o bom velhinho passava pontualmente a meia-noite, mas como brincávamos a valer o dia todo, essa missão de ficarmos acordados até tal hora era matéria simplesmente impossível. Daí vieram minhas primeiras frustrações: nunca ter visto o cara deixando os presentes em casa. Uma pergunta que eu deveria me fazer na época: como será que ele entrava em casa? Será que pela porta? Sim, visto que minha casa nunca teve chaminé. Imagine a cena: “Boa Noite Dona Cleonice, sou eu, o Papai Noel e vim aqui entregar o presente da Ana Paula”. Minha mãe ofereceria uma xícara de chá ou um pedaço de pernil e ele aceitaria, é claro, afinal, precisa manter a sua barriga e, claro, como desculpa em manter sua tradição de velho pançudo. Depois de entregue a encomenda iria embora também pela porta da frente dizendo HOHOHO.

Não sei se seria assim, enfim... Não lembro como a história do Papai Noel acabou para mim, vou perguntar à Dona Cleonice. Lembro, no entanto, exatamente como foi que descobri que o coelho da páscoa não existia: eu deveria ter uns 7 anos e um dia acordei com um barulho e peguei meu pai colocando o ovo de páscoa na minha cama: arregalei os olhos e pensei: mas que picareta! É esse safado então o coelho? Realmente, meu pai teve 4 filhos e poderia mesmo ser um coelho, mas não o da páscoa. Quando ele me viu de olhos arregalados deve ter pensado: agora fudeu, porque também arregalou os olhos. Pediu então para eu não contar, em hipótese nenhuma, aos meus irmãos - todos mais novos - a minha descoberta.

Lembro de ter dado uma risadinha e concordado. Voltei a dormir. No mesmo dia acabou a páscoa lá em casa. Todo mundo sabia que coelho da páscoa não existia e foi uma choradeira só. Meus pais prometeram que, como fui uma filha má não ganharia ovo no ano seguinte, mas claro, não cumpriram a promessa.

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