quarta-feira, 28 de abril de 2010

Cultura, Livraria e Aposentadoria


Eu sou coxinha e o pior, tenho consciência disso. Coxinha é o termo que designo pessoas certinhas, que gostam das coisas em seus devidos lugares. É o tipo de pessoa que acredita nas maiores mentiras contadas pelos outros, porque quer acreditar (também) que ninguém mente (nem ela própria para si mesma).

Além de coxinha eu sou metódica, como já havia dito aqui. Gosto de planejar desde um fim de semana até a minha trajetória de vida e nisso se enquadra o aguardado momento da minha aposentadoria.

Eu queria ser uma escritora de livros e que na contra capa deles tivesse uma foto minha já velhinha, enrugada, de óculos e com cara de pensativa, no melhor estilo dos bons escritores. Ok, eu sei que é muita pretensão a minha, mas dizem que a repetição é a mãe da sabedoria, não é mesmo? Vai ver que de tanto insistir um dia eu chegue lá, e que esse “lá” seja algo bom, por favor.

Fico me perguntando o que fazer quando eu for me aposentar. Sempre quis ter uma livraria pela razão óbvia de gostar de ler. Sem falar que deve ser edificante ver a reação de um monte de leitor reunido o dia todo. Conhecer gente nova, gente boa. Fazer novas amizades.

O mais curioso é que navegando pela internet, li uma entrevista do Pedro Herz, o dono da livraria cultura e achei o conteúdo fantástico. Primeiro porque ele diz algo que concordo muito: livro novo é aquele que você nunca leu, não importa quando ele foi publicado.

Achei muito bonito o profissionalismo com que ele administra o negócio da família, mas principalmente fiquei admirada com a história da mãe dele, a Sra. Eva Herz, que fugiu da Alemanha por conta do nazismo e veio ao Brasil construir um novo lar, uma família e uma livraria.

Mas, o ápice da minha excitação foi perceber a determinação dessa senhora ao dizer ao marido: “isso há de ser uma grande livraria” ao ter comprado apenas três livros para a sua futura loja. Bonito de ler e interessante de seguir. Mulher cheia de fibra e de cultura e quase uma colega de profissão, não fosse o tal do Hitler.
Que sorte a nossa ela ter escolhido o Brasil para morar. Pessoas assim é que fazem eu me orgulhar de ser coxinha... e persistente!

11 comentários:

  1. Vamos combinar assim, são duas livrarias, uma sua e uma minha...

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  2. Eii Ana!
    Nossa, eu tbm amaria ter uma livraria
    *_*
    Tomara que vc chegue lá!
    Eu com certeza comprarei seu livro
    =]
    Bjosss

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  3. Belo sonho! Você já tem o primeiro passo!
    Beijos.

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  4. e ela imaginou tudo isso com tres livrinhos, hein! queria ter 1/1000 da determinacao desse povo. ou pelo menos um tequinho de sonho...

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  5. Querida, fiquei pensando em um antônimo para coxinha e não descobri nenhum, mas se vc souber, este antônimo sou eu!!!
    Adorei a história de livro novo é qualquer um ainda não lido, eu também penso assim!
    Excelente post,
    Bj

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  6. Com licença,Anna? Chegando agora, viajando pela internet... Tô contigo e não abro: é bom planejar. Mas,como ainda é cedo, vai só elaborando projetos. Hoje eu planejo o que fazer na aposentadoria - agora ela está perto. Já comecei a colocar em prática!

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  7. Ter uma livraria,um sebo,com direito a mesinhas e um café.....ai ai ai


    afagos de coxinha rs

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  8. Ana, antes de qqer coisa... saudades daqui!
    Eu tbém gostaria de encerrar carreira com uma boa livraria e cafeteria, sem pretensão de grande lugar, mas aconchegante. Um convite ao prazer, porque ler pra mim é um dos maiores prazeres da vida.
    Bjos meus

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  9. Ah Ana eu já disse aqui que o cafafo é como um livro gostoso de ler...já estás no caminho de velinha enrugada na orelha do livro. Um sonho e tanto compartilhado com todos os amantes de livro creio eu.
    BJOKS e ótima semana.

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  10. Ana,que delicia encontrar seu blog e poder ler textos tão bem escritos.vc já é uma escritora e das boas.Muito sucesso para vc que escreve de forma leve e contagiante.Um abração da nova cafofa
    eva

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